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27/02/2012

PIVOT-BARRA É CAPA DO JORNAL NOTÍCIAS DO OESTE - BAHIA

Luís Eduardo Magalhães - Bahia, 27 de Fevereiro a 07 de Março www.noticiasdooeste.com

Conheça o maior pulverizador do mercado

Empresa brasileira cria sistema inédito de pulverização para irrigantes

Foto: Marcos Pimenta

As pulverizações de agroquímicos como herbicidas, inseticidas, fungicidas e outros, ou os adubos líquidos, eram de forma manual até a década de 1960. Com o surgimento da mecanização agrícola, os equipamentos tracionados por tratores ou autopropelidos dominaramo mercado no segmento de pulverização. Na sequência a aviação ganhou seu espaço, sendo uma das mais rápidas do momento.

Considerando as especificidades dos sistemas de irrigação, sobretudo o pivô central, diversasempresas investiram na descoberta de um mecanismo que pudesse ser acoplado ao equipamento de irrigação. Porém, uma empresa brasileira,a Ganzer, obteve a inovação esperada, a qual está disponível no mercado.

Trata-se do “Pivot-Barra”, um pulverizador especifico para pivô central em que a tubulação com os respectivos bicos pulverizadores é acoplada abaixo do sistema de irrigação do pivô central. Uma bomba auxiliar instalada na fonte de água, na faixa de 10 a 20 cv, promove a captação de água até os tanques no centro do pivô, através da adutora do pivô, nos quais são preparadas as caldas de pulverização. Na seqüência, uma eletro-bomba com rotor de inox instalada no centro do pivô, e com triplo sistema de filtragem permite a distribuição no sistema, com uniformidade na vazão e pressão entre as centenas de bicos.

Quando uma torre do pivô para de rodar, o sistema automaticamente interrompe a pulverização no intervalo desta com sua antecessora. Pelo sistema antigotejo existente nos bicos, não há formação de gotas, nem aplicação excessiva de produto

A revolução deste sistema se encontra na rapidez e segurança na aplicação. Apenas uma pessoa monitora o sistema e abastece os tanques com produtos. Com isso, em uma noite um operador consegue pulverizar a área de um pivô, que na região Oeste é de aproximadamente100 hectares.

Este sistema inédito já está em uso em todo o país, e na Bahia não é diferente. O equipamento já é utilizado em algumas fazendas na região da Chapada Diamantina, uma delas, a do produtor Ivo Borré, em Mucugê/BA, a tecnologia está sendo utilizada a aproximadamente oito anos na produção de batatas. Segundo Hercílio Pereira, gerente geral da Fazenda Progresso, por não terem visto nada igual ficaram com dúvidas para iniciar com o sistema, mas depois de entenderem as funcionalidades, resolveram implementá-lo, e hoje já possuem seis equipamentos em operação e se preparam para receber o sétimo equipamento ainda no mês de março de 2012.

A fim de conhecer o desempenho do sistema, produtores e consultores da região estiveram numa missão na Chapada Diamantina no inicio de fevereiro deste ano.

A fim de conhecer o desempenho do sistema, produtores e consultores da região estiveram numa missão na Chapada Diamantina. Para Marcos Pimenta, consultor agronômico em café, o mérito deste é que otimiza o pivô para outras finalidades, como a aplicação de defensivos. Além de melhorar a eficiência e a velocidade na aplicação dos produtos, este reduz a estrutura de equipamentos de pulverização da fazenda e o consumo de diesel, promove a segurança dos aplicadores, além de possibilitar o trabalho noturno em que há melhores condições de temperatura, umidade e vento.

Com tubos de cobre ou inox, o sistema permite a aplicação de fertilizantes líquidos ou defensivos, sem corrosões no equipamento. Mantendo a mesma velocidade de circulação do pivô, é possível o ajuste de pressão e volume de calda, bem como da altura das barras, atendendo qualquer recomendação agronômica e na cultura que desejar, como café, algodão, milho, etc.

Nós temos consciência que o valor de um Pivot-Barra é alto por ter muita matéria prima de alto valor agregado, se comparado diretamente com o valor de tabela dos tratores. Entretanto, o que oferecemos não é tão-somente um equipamento de igual custo e/ou mais barato, mas sim um equipamento que se torna um ótimo investimento com um excelente retorno, adquirido através de uma produtividade maior e de melhor qualidade, e ainda evitando perdas, o que passa a ser bastante viável economicamente também e possui todas as linhas de crédito do mercado, como PSI do Finame-BNDES, por exemplo, afirma Domingos Ganzer, diretor do Grupo Ganzer, fabricante do equipamento.

Pensando no potencial de uso nos cerca de 90 mil hectares irrigados no Oeste, o representante regional Yoshiharu Ono está trazendo o sistema à região. Com base nos bem sucedidos casos na região da Chapada, espera-se uma nova era na aplicação de defensivos nas áreas irrigadas, especialmente para o café que necessita de constantes  aplicações, complementa o Sr. Ono.

O Brasileiro Francisco Ganzer

Os sistemas de irrigação e de aplicação de produtos químicos têm origens em países que investem pesado na busca de procedimentos inovadores. Mas desta vez foi um brasileiro que apresentou ao mercado a novidade de otimizar o pivô central e agregar a aplicação de químicos num sistema paralelo ao da irrigação, sem o uso da água do mesmo.

Ex-pesquisador da Embrapa, engenheiro agrônomo, e fundador do Grupo Ganzer, o brasileiro Francisco Ganzer é referência nacional quando se trata de irrigação. Possui mais de 30 anos de experiência em projetos de irrigação, com Mestrado em “Irrigação e Drenagem” na Utah State University-USA. Atua no ramo desde o final dos anos de 1970, seja como pesquisador, quanto na atuação direta com indústria de pivô central, onde já teve uma fábrica no final dos anos de 1980. A Hidrocampo criava os pivôs “Hidromatic”, alguns em uso na região Oeste até hoje.

Este contato com a irrigação estimulou sua paixão pela fabricação de equipamentos agrícolas. Assim nasceram os primeiros protótipos do Pivot Barra, que após inúmeros testes ao longo de vários anos, resultaram no modelo atual.

O equipamento está patenteado pelo Grupo Ganzer no Brasil e no exterior. Para promover inovações ao sistema, diversas pesquisas no Brasil e especialmente nos Estados Unidos estão sendo realizadas, para demonstrar que o equipamento é seguro no campo, atendendo inclusive aos anseios do mercado americano que é bastante rigoroso.

Foto: Gaspar